Quando a maternidade entra em conflito com o trabalho
Cleyre Messias
22 de jun.
2 min de leitura
A maternidade comporta muitos desafios — e nem sempre é simples conciliar dois aspectos tão importantes da vida: o cuidado com os filhos e o trabalho.
Desde o início da Idade Contemporânea, a presença constante na criação dos filhos passou a ser atribuída às mulheres como algo “natural”. Essa expectativa ainda está presente, inclusive nas redes sociais, onde se reforça a imagem da mãe sempre presente, dedicada, e — quase como um ideal — da “boa mãe”.
A partir do século XX, a mulher entra no mercado de trabalho e passa a ocupar espaços que antes eram exclusivos dos homens. No entanto, a responsabilidade de estar presente na criação dos filhos permanece — somando-se, e não substituindo-se, a essa nova função.
Hoje, é comum encontrar mulheres que trabalham fora, cuidam dos filhos e ainda são responsáveis pelo trabalho doméstico — a famosa jornada tripla.
E, muitas vezes, a culpa se torna uma companheira constante: seja por estar longe dos filhos, seja por abrir mão do trabalho. Qualquer que seja a escolha, parece sempre haver um motivo para se culpar.
Essas exigências — somadas ao excesso de tarefas — podem gerar sobrecarga. A exaustão física, emocional e psíquica não é incomum.
Nessa travessia, surgem perguntas importantes: O que é desejo meu e o que é imposição social? Como encontrar um equilíbrio possível?
Mais do que uma questão de agenda ou logística, esses dilemas tocam em lugares subjetivos muito profundos: desejos, culpas, identidade e a história singular de cada mulher.
A maternidade não precisa ser sinônimo de renúncia absoluta — mas certamente exige reposicionamentos subjetivos.
Aqui no meu consultório, há um espaço para a escuta da sua história. Um lugar onde sua experiência pode ser acolhida sem julgamentos, fórmulas prontas ou ideais inalcançáveis.